segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Respondendo às questões - Parte 2 e Hipotireoidismo



Olá caros leitores, hoje divulgaremos a resposta de mais um grupo de colégas que nos questionou a respeito de hormonios tireoidianos. Esta pergunta é muito interessante pois é muito ligada ao hipotireoidismo e portanto será também um post sobre doenças, neste caso abordando a deficiencia de hormonios tireoidianos (hipotireoidismo) e os seus efeitos mais severos, neste caso o coma mixidematoso.
Esta pergunta foi feita pelo grupo de Doenças Autoimunes - Aline Carvalho, José Ribamar, Rafael Ramos e Matheus Moreira.: "Explique detalhadamente o coma mixidematoso na doença de Hashimoto. Explique o tratamento também."

Resposta:                
O coma mixedematoso é uma doença incomum e associada a quadros de hipotireoidismo longos e não tratados. Este quadro prolongado de falta de hormônios tireoideanos, o que leva a disfunções metabólicas e cardíacas, e em muitos casos à morte. Estas alterações afetam a circulação sanguínea, em detrimento da manutenção da temperatura corpórea, os receptores beta e alfa adrenérgicos ficam reduzidos e levam posteriormente a um quadro de hipertensão diastólica causando diminuição do volume sanguíneo, afetando todos os sistemas do corpo.
                Os efeitos neurológicos são coma, alterações cognitivas, letargia e estupor, que estariam associados à falta de oxigenação cerebral, glicose, e hormônios tireoidianos – que tem muita importância no desenvolvimento e na função cerebral.  Os efeitos cardiovasculares são bradicardia, diminuição da contração cardíaca e queda das proteínas contráteis devido à falta de T3. Estes sinais acarretam em aumento da resistência vascular periférica (RVP) e Insuficiencia Cardíaca (ICC). Sendo assim, é possível identificar alterações pulmonares como diminuição do controle ventilatório e hipóxemia.
                Além do comprometimento destas funções pode haver o comprometimento renal associado à deficiência cardíaca, diminuindo assim a filtração glomerular, e portanto a recuperação de íons e outras substancias importantes para o funcionamento normal do corpo, levando o individuo à hiponatremia e quadros de contrações reduzidas. Por fim, há também quadros de alterações gastrointestinais, refletindo principalmente na motilidade do intestino, má absorção de nutrientes.
                Quanto ao tratamento é preconizado que este seja iniciado mesmo sem a confirmação laboratoria, caso haja Coma Mixedematoso, sendo assim, se houver alterações pulmonares estas deverão ser priorizadas, além da reposição hormonal , controle da temperatura corporal e da patologia associada. Além da reposição hormonal, que varia conforme o quadro do paciente,  e tratamento com esteroides também conforme o quadro do paciente.

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