segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O cortisol na circulação sanguínea

O cortisol, após ser produzido e secretado pelas Zonas Fasciculada e Reticular do córtex das adrenais, entra na corrente sanguínea. Lá, uma pequena quantidade dele permanece livre, enquanto um grande montante se associa a proteínas plasmáticas, que atuam no seu transporte. As principais proteínas transportadoras de cortisol são a transcortina (ou globulina ligadora de corticosteroide – CBG) e a albumina, ambas produzidas pelo fígado.

As moléculas de cortisol, na corrente sanguínea, são encontradas, aproximadamente, nas seguintes proporções:

- 75% a 80% estão associadas à transcortina;
- 15% estão associadas à albumina;
- 5% a 10% estão livres.

Apenas a porcentagem de cortisol livre é, de fato, biologicamente ativa.

Há um mecanismo, em inglês denominado “cortisone-cortisol shuttle” (algo como “lançadeira” de cortisona-cortisol), que atua na ativação/desativação do cortisol. Esse hormônio é muito semelhante, estruturalmente, à aldosterona, e pode se ligar a receptores dela. Em tecidos-alvo da aldosterona (como o tecido renal), isso seria um problema, ainda mais pelo fato de que a concentração de cortisol circulante é muito maior do que a de aldosterona. Para contornar esse problema, esses tecidos expressam a enzima 11-beta hidroxiesteroide desidrogenase tipo 2 (11β-HSD2), que converte o cortisol a cortisona (outro glicocorticoide, mas que não compete pelos receptores de aldosterona), inativando biologicamente o cortisol.

Nos tecidos-alvo de cortisol (como os tecidos hepático e adiposo), por outro lado, é preciso que esse hormônio esteja disponível; assim, eles expressam a enzima 11-beta hidroxiesteroide desidrogenase tipo 1 (11β-HSD1), que transforma a cortisona em cortisol, ativando-o.





Os níveis de cortisol na circulação também variam ao longo do dia, estando mais altos de manhã, no momento em que o indivíduo acorda. Isso porque o cortisol está relacionado ao ciclo circadiano. A glândula pineal é responsável pela secreção de melatonina, que aumenta quando há a percepção visual de que o ambiente está escurecendo (noite chegando). O indivíduo dorme, e quando começa a amanhecer, a luminosidade ambiente aumenta, o que é percebido pelo organismo. A glândula pineal, com isso, diminui a secreção de melatonina, o que provoca uma subida nos níveis de cortisol. Esse é um dos mecanismos que induz o despertar.






  Referências:

http://www.fag.edu.br/professores/francine/medicina/2%20per%EDodo/adrenal.pdf
http://jcem.endojournals.org/content/88/6/2384.full.pdf
https://www.novapublishers.com/catalog/product_info.php?products_id=35988
http://journals.prous.com/journals/dof/20083312/html/df331077/images/fig01.gif
http://en.wikipedia.org/wiki/11-Beta_hydroxysteroid_dehydrogenase
http://drpinna.com/wp-content/uploads/2011/06/rys0302.gif
http://pordentroeporfora.virgula.uol.com.br/wp-content/uploads/2011/01/cortisol1.gif

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