segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Efeitos da aldosterona no organismo


Os mineralocorticoides, com enorme destaque para a aldosterona, atuam sobretudo nos rins, promovendo o aumento da reabsorção de sódio e a intensificação da excreção de potássio. Desse modo, torna a urina mais rica em potássio e mais pobre em sódio. Além disso, com a maior reabsorção de sódio, ocorre, consequentemente, uma maior reabsorção de água, de modo a aumentar o volume sanguíneo.

De fato, dois sinalizadores importantes para o estímulo da produção de aldosterona são a hipovolemia e a hipotensão. A ação desse hormônio, ao promover o aumento do volume sanguíneo (pela reabsorção de sódio e água), acaba contornando tais situações.

Dois outros fatores fundamentais para estimular a síntese da aldosterona são: a alta concentração de K+ no fluido extracelular (indicando que precisa ser excretado); a baixa concentração de Na+  também nesse meio (sinalizando a necessidade de reabsorção desse íon).

A promoção da reabsorção de sódio e excreção de potássio não é feita pela aldosterona somente nos rins; também atinge as glândulas sudoríparas e salivares, alterando a composição do suor e da saliva do indivíduo.

É importante se notar que a ação da aldosterona no organismo não é imediata; em circulação, ela pode demorar cerca de 30 a 45 minutos para fazer efeito. Isso se deve ao seu mecanismo de atuação mais complexo e demorado, que envolve a interferência em processos de transcrição, no núcleo das células-alvo. Veja a figura, em que “A” representa a aldosterona: 
 As células renais envolvidas na reabsorção são induzidas, pela aldosterona, a aumentar sua permeabilidade membranar ao sódio. Há o aumento da síntese de proteínas formadoras dos canais de sódio, e de proteínas que ativam esses canais, possibilitando uma maior retirada de Na+ do filtrado. Além disso, a síntese de ATPases baseadas em Na+/K+ também é intensificada; são essas ATPases que devolvem o Na+  reabsorvido para a circulação.
O K+ , por sua vez, é capturado da circulação sistêmica por ação dessas ATPases. Assim, ele começa a se acumular dentro das células renais e passa a sair por canais, direcionados tanto para o interstício (voltando para a circulação) quanto para o filtrado glomerular (para excreção). De qualquer forma, é a parcela que sai por estes últimos canais que representa o aumento na excreção de K+ mediada por aldosterona.

Há um mecanismo de feedback negativo envolvido nesses processos. Veja a imagem a seguir:
 À medida que a aldosterona vai provocando o aumento do volume sanguíneo, cessa-se a condição de hipovolemia que estimulava os rins a secretarem a renina. Esta é fundamental no estímulo da síntese da aldosterona (ver post “Sistema Renina-Angiotensina”). Com a diminuição dos níveis de renina, cai também a concentração de aldosterona. Tudo isso causado pela própria ação da aldosterona, num claro exemplo de feedback negativo.

Referências:

GOODMAN, H. Maurice. Basic Medical Endocrinology. Third Edition. Editora AP.
http://corticoides.wordpress.com/2012/08/28/mecanismo-de-acao-da-aldosterona/

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