terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Síndrome de Cushing


Olá mais uma vez, caros leitores! Trataremos hoje da Síndrome de Cushing, que diz respeito às consequências causadas pelo excesso de corticóides(hipercortisolismo).
A causa da Síndrome é diversificada, desde causas exógenas até endógenas dependentes ou independentes de ACTH. Os tumores hipofisários que secretam o ACTH são responsáveis por 5% a 10% de todos os casos da síndrome(nesse caso, dependente de ACTH), mas sua causa mais freqüente é uma hiperplasia bilateral das supra-renais(nesse segundo caso, independente de ACTH).
Suas manifestações clínicas mais comuns são hipertensão, obesidade central, diabetes melito, acne, osteoporose, lesões cutâneas, atrofia muscular generalizada com perda de gordura nas extremidades, face arredondada e até mesmo algumas manifestações psiquiátricas(depressão e problemas na função cognitiva). Além disso, é comum que os pacientes que possuem a Síndrome de Cushing tenham os membros esticados(longos e magros) como consequência do aumento da quebra das fibras musculares. As lesões cutâneas, citadas anteriormente, também ocorrem com mais freqüência devido ao uso excessivo de proteínas, o que fragiliza a pele. Esse efeito relacionado às proteínas ocorre porque os glicocorticóides são inibidores da síntese de proteínas e estimuladores da quebra de proteínas musculares e tecido linfóide.
Estrias(no abdome), obesidade central e face arredondada também podem ser observadas nessa imagem
O método de diagnóstico mais confiável para a Síndrome de Cushing é a medida de cortisol livre na urina de 24 horas, sendo o valor acima de três vezes da quantidade normal considerado como indicativo da doença. Outra forma é a avaliação da perda do ritmo circadiano do cortisol, e isso é feito por meio da observação de alto nível plasmático de cortisol entre 22 horas e meia noite, horários no qual esse nível deveria estar baixo.
Devido à diversidade de causas, depois de diagnosticada a doença é necessário fazer outros testes para designar a causa no paciente em específico. Para isso, pode-se utilizar a medida de ACTH plasmática(para definir se a síndrome é dependente ou independente de ACTH) ou o teste de supressão com alta taxa de dexametasona, e até mesmo teste com imagem radiológica para localizar possíveis tumores ou hiperplasia responsáveis pela alta taxa de corticóides livres.
Da mesma forma que o diagnóstico, a diversidade de causas faz com que os tratamentos sejam diversos. A cirurgia, no caso de Síndrome de Cushing causada por superprodução de ACTH hipofisário, pode ser utilizada, mas frequentemente os pacientes envolvidos na interferência cirúrgica necessitam de reposição de glicocorticóides por até um ano. A intervenção cirúrgica também é feita em casos em que a doença é causada por adenoma adrenal inclui a remoção cirúrgica dele. Nos casos de hiperplasia, a remoção cirúrgica de uma das glândulas pode ser feita.
O tratamento clínico pode ser utilizado no pré-operatório ou em pacientes nos quais a cirurgia é contra indicada, sendo os medicamentos utilizados bastante diversificados.

Bibliografia:
Endocrinologia, Ernest L. Mazzaferri. Editora Guanabara, terceira edição
Endocrinologia Baseada em Evidências, Pauline M. Camacho, Hossein Gharib, Glen W. Sizemore. Editora Artmed, segunda edição.
Basic Medical Endocrinology, H. Maurice Goodman. Editora AP, Third Edition.

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