sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Proteínas agregadoras dos hormonios tireoideanos possuem função de reserva hormonal no plasma sanguineo

Uma breve reflexão sobre a glândula tireoide, sua função, importância e todos os passos que ocorrem tanto nela quanto fora dela até que exista equilíbrio de produção, armazenamento, e ativação fisiológica de seus hormônios em todos os níveis do corpo traria espaço suficiente para capítulos de livros. Não é à toa que, dentro da ciências da saúde,  existam focos de pesquisa e trabalho apenas em hormônios. E dentre estas especificidades há um ponto muito importante a ser considerado a respeito do controle dos níveis de hormônios tireoidianos. A função de reserva hormonal extra-tireoideana.
Esta função só existe por conta da diferença de afinidade que T3 e T4 tem pelas proteínas carregadoras, e pelo fato de as proteínas, quando unidas ao hormônio, dificultarem a sua saída do endotélio capilar e impedirem a filtragem glomerular das proteínas ligadas aos hormônios, desta forma eles permanecem na circulação sanguínea. A ligação do T3 e principalmente do T4 às proteínas cria uma quantidade cerca de três vezes maior que a quantia de hormônio sintetizada e degradada durante um dia inteiro.
Este sistema de reserva é tão preciso que pode ser comparado a um sistema tampão que matem o pH (potencial hidrogenionico) estabilizado. Em termos numéricos pode-se dizer que o tanto aumentos agudos quanto quedas vertiginosas na secreção de hormônios não causam tantas alterações nos níveis de hormônio no sangue. Por exemplo:

1.      Elevação dos níveis de Tiroxina (T4) sem aumento da degradação por um dia.
A secreção dobrada de T4 acarretará em aumento dos níveis deste hormônio na corrente sanguínea. E depois de passados 1 dia com a secreção aumentada é de se esperar que a taxa deste no sangue seja bastante alta. Além disso, a degradação de hormônios continua normal, sendo assim, haverá mais secreção de hormônio e pouca quebra, o que levará a acumulo do mesmo. No entanto, são as proteínas que se ligam aos hormônios, impedindo sua eliminação, sendo assim, há apenas um aumento de 30% de hormônios no sangue, ao invés de um aumento de 100% de T4.

2.      Elevação dos níveis de T4 por uma hora.
Da mesma maneira que a situação anterior, os níveis de T4 tenderiam a aumentar bastante, por conta do aumento da secreção, no entanto há apenas um aumento de 12% na taxa de hormônio no sangue, o que deixa clara a capacidade de “contenção” do nível hormonal no plasma sanguíneo.

3.      Inibição da secreção de T4 por uma hora.
O mesmo processo de estabilização da quantidade de hormônios é válido quando não ocorre secreção. Na falta de T3 e T4 era de se esperar uma queda vertiginosa, pois é comum enxergarmos o equilíbrio de forma que a entrada e a saída de hormônios sejam sempre na mesma taxa, e por conta disto, haja equilíbrio no corpo. Na verdade esta ideia não é de um todo errada, pois apesar de as proteínas realizarem esta função estabilizadora sem novas adições de hormônio ao sistema haverão complicações, sinais e sintomas de falta hormonal. Mas quanto à regulação pelas proteínas, esta ocorre  devido ao fato de estas impedirem a saída dos hormônios pelo endotélio capilar, uma vez que estão ligadas a eles e não são tão pequenas a ponto de passar pelo vaso sanguíneo. Sendo assim, eventos agudos de supressão da secreção hormonal, conseguem ser contidos e seus efeitos no corpo humano não são evidentes, pois apenas os hormônios livres passam pelo capilar e estes representam apenas 1% de todo o hormônio circulante.

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