quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Aldosteronismo Primário e Secundário


Olá leitores! Neste post trataremos de uma doença chamada aldosteronismo primário e secundário, que são excessos na produção de aldosterona.
Aldosteronismo Primário
O aldosteronismo primário, em cerca de dois terços dos casos, é causado por um adenoma(tumor benigno) na supra-renal. No restante dos casos a causa costuma ser uma hiperplasia(aumento do número de células) bilateral da zona glomerulosa da adrenal, a área da glândula adrenal responsável pela produção da aldosterona(para mais detalhes, leiam o post do Torres sobre isso).
Aproximadamente 1% dos casos de hipertensão são causados por essa doença, que é mais comum entre mulheres e em pessoas entre 30 e 50 anos. Mas porque a hipertensão aparece nas pessoas que secretam muita aldosterona? Os efeitos da aldosterona, como já foi explicado em outro post desse blog, incluem a maior excreção de potássio e maior reabsorção de sódio. Quando há uma maior reabsorção no sódio, a tendência é que a concentração dele no sangue seja aumentada e para corrigir essa variação na concentração, há também uma maior reabsorção de água. Com mais volume sanguíneo, há o aumento da pressão arterial que leva à hipertensão.
A partir dos efeitos da aldosterona, os sintomas se tornam fáceis de prever: a hipocalemia, devido à excreção excessiva de potássio, hipertensão causada pela retenção de sódio. Parestesia e edemas não são tão comuns, mas podem aparecer em alguns casos como conseqüência das variações citadas.
O diagnóstico seguro envolve a detecção de um nível alto de aldosterona e uma diminuição da atividade da renina plasmática(ARP). A renina plasmática, como explicado no post Sistema Renina-Angiotensina, é o primeiro ativador da cascata que estimula a produção de aldosterona. Se os níveis de aldosterona estão altos, mas os de renina estão baixos, isso significa que a produção de aldosterona não está sendo estimulada pelo organismo, mas por alguma outra coisa (como o adenoma, a principal causa do aldosteronismo primário).
O tratamento envolve a intervenção cirúrgica(no caso de adenoma único) ou com medicamentos para que o nível normal de potássio e a pressão arterial sejam reestabelecidos.
Aldosteronismo Secundário
Os principais sintomas do aldosteronismo secundário são os mesmos do aldosteronismo primário, e os motivos também são os mesmos. Aí resta a pergunta: Qual a diferença, então, entre aldosteronismo primário e secundário? Enquanto o primário é causado por um adenoma ou por hiperplasia, o secundário é causado por uma má-regulação da produção de aldosterona, ou seja, há um excesso de estímulo do sistema renina-angiostesina, já citado nesse mesmo post.
No diagnóstico, é possível diferenciá-las porque o aldosteronismo secundário apresenta alto nível de aldosterona, mas, ao contrário do primário, seu nível de renina é alto, já que o motivo da ocorrência do aldosteronismo secundário é justamente o estímulo excessivo da renina.
O tratamento dessa doença é feito com o uso de medicamentos diuréticos. Isso ocorre porque os diuréticos são medicamentos utilizados para estimular a excreção por meio da urina. Esse estímulo fará com que, apesar do efeito contrário da aldosterona, haja maior controle da quantidade de sódio no sangue e, portanto, permite um controle da hipertensão.
Tanto o aldosteronismo primário quanto o secundário fazem com que haja um excesso de sódio e falta de potássio, o que gera uma despolarização das membranas plasmáticas. Essa despolarização gera fraqueza muscular generalizada e arritmia cardíaca.
Conclusão
Altos níveis de aldosterona no sangue são prejudiciais sobretudo em relação à hipertensão, que pode gerar insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral, o que torna necessária o tratamento da doença. Espero que tenha sido esclarecedor! Voltarei com outras postagens falando sobre doenças mais adiante. Até a próxima!

Bibliografia:
 Endocrinologia, Ernest L. Mazzaferri. Editora Guanabara, terceira edição
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302001000300012

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