Olá leitores! Neste post trataremos de uma doença
chamada aldosteronismo primário e secundário, que são excessos na produção de
aldosterona.
Aldosteronismo
Primário
O aldosteronismo primário, em cerca de dois terços
dos casos, é causado por um adenoma(tumor benigno) na supra-renal. No restante
dos casos a causa costuma ser uma hiperplasia(aumento do número de células)
bilateral da zona glomerulosa da adrenal, a área da glândula adrenal
responsável pela produção da aldosterona(para mais detalhes, leiam
o post do Torres sobre isso).
Aproximadamente 1% dos casos de hipertensão são
causados por essa doença, que é mais comum entre mulheres e em pessoas entre 30
e 50 anos. Mas porque a hipertensão aparece nas pessoas que secretam muita
aldosterona? Os efeitos da aldosterona, como
já foi explicado em outro post desse blog, incluem a maior excreção de
potássio e maior reabsorção de sódio. Quando há uma maior reabsorção no sódio,
a tendência é que a concentração dele no sangue seja aumentada e para corrigir
essa variação na concentração, há também uma maior reabsorção de água. Com mais
volume sanguíneo, há o aumento da pressão arterial que leva à hipertensão.
A partir dos efeitos da aldosterona, os sintomas se
tornam fáceis de prever: a hipocalemia, devido à excreção excessiva de
potássio, hipertensão causada pela retenção de sódio. Parestesia e edemas não
são tão comuns, mas podem aparecer em alguns casos como conseqüência das
variações citadas.
O diagnóstico seguro envolve a detecção de um nível
alto de aldosterona e uma diminuição da atividade da renina plasmática(ARP). A
renina plasmática, como explicado no post
Sistema Renina-Angiotensina, é o primeiro ativador da cascata que estimula
a produção de aldosterona. Se os níveis de aldosterona estão altos, mas os de
renina estão baixos, isso significa que a produção de aldosterona não está sendo
estimulada pelo organismo, mas por alguma outra coisa (como o adenoma, a
principal causa do aldosteronismo primário).
O tratamento envolve a intervenção cirúrgica(no caso
de adenoma único) ou com medicamentos para que o nível normal de potássio e a
pressão arterial sejam reestabelecidos.
Aldosteronismo
Secundário
Os principais sintomas do aldosteronismo secundário
são os mesmos do aldosteronismo primário, e os motivos também são os mesmos. Aí
resta a pergunta: Qual a diferença, então, entre aldosteronismo primário e
secundário? Enquanto o primário é causado por um adenoma ou por hiperplasia, o
secundário é causado por uma má-regulação da produção de aldosterona, ou seja,
há um excesso de estímulo do sistema renina-angiostesina, já citado nesse mesmo
post.
No diagnóstico, é possível diferenciá-las porque o
aldosteronismo secundário apresenta alto nível de aldosterona, mas, ao
contrário do primário, seu nível de renina é alto, já que o motivo da
ocorrência do aldosteronismo secundário é justamente o estímulo excessivo da
renina.
O tratamento dessa doença é feito com o uso de
medicamentos diuréticos. Isso ocorre porque os diuréticos são medicamentos
utilizados para estimular a excreção por meio da urina. Esse estímulo fará com
que, apesar do efeito contrário da aldosterona, haja maior controle da
quantidade de sódio no sangue e, portanto, permite um controle da hipertensão.
Tanto o aldosteronismo primário quanto o secundário
fazem com que haja um excesso de sódio e falta de potássio, o que gera uma
despolarização das membranas plasmáticas. Essa despolarização gera fraqueza
muscular generalizada e arritmia cardíaca.
Conclusão
Altos níveis de aldosterona no sangue são
prejudiciais sobretudo em relação à hipertensão, que pode gerar insuficiência
cardíaca e acidente vascular cerebral, o que torna necessária o tratamento da
doença. Espero que tenha sido esclarecedor! Voltarei com outras postagens
falando sobre doenças mais adiante. Até a próxima!
Bibliografia:
Endocrinologia, Ernest L. Mazzaferri. Editora
Guanabara, terceira edição
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302001000300012
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