sábado, 16 de fevereiro de 2013

Efeitos fisiológicos da atuação da glandula tireóide

Os hormônios tireoideanos afetam o crescimento do sistema esquelético e também do sistema nervoso central, além de afetar o metabolismo de carboidratos e lipídeos.
·         Sistema Esquelético
No sistema esquelético os hormônios tireoidianos têm seus efeitos mais impactantes, principalmente no crescimento, exceto na fase fetal. Estes hormônios atuam principalmente em fatores de crescimento como o IGF-I (do inglês: Insuline Growth Factor Type I), e estes fatores promovem a criação de osso onde existe cartilagem. E além disso os hormônios tireoideanos regulam o hormônio do crescimento na hipófise.
            Os efeitos da tireoide no sistema esquelético são basicamente no amadurecimento ósseo, ou seja, são basicamente na fusão dos ossos através da ossificação das cartilagens (região mais clara), conforme a imagem a seguir.


As deficiências dos hormônios tireóideanos podem causar retardo no crescimento, má formação dos ossos da face, e cretinismo quando relacionadas a hipotireoidismo.
·         Sistema Nervoso Central
Os hormônios tireoideanos têm papel fundamental no crescimento do Sistema Nervoso Central (SNC) e eles atuam no crescimento e desenvolvimento do corpo mesmo antes do crescimento da glândula tireoide. Mas como o feto consegue produzir hormônios tireoideanos sem a glândula tireoide desenvolvida? A resposta é bem simples. Eles não produzem! Na verdade, na vida fetal os bebês recebem T3 e T4 da mãe através da placenta. Por isso, em bebês cujas mães possuem hipotireoidismo é comum que haja deficiências no crescimento e desenvolvimento do SNC.
            No período perinatal (do 5o mês até a primeira semana de nascimento) É importantíssimo para o desenvolvimento, e a falta deles pode acarretar em deficit no desenvolvimento cerebral e cerebelar, além de atrasos na mielinização nervosa. Em crianças a falta de hormônios tireoidianos pode levar a efeitos catastróficos, como retardo mental irreversível. Ou seja, mesmo se houver reposição dos hormônios, não seria possível reverter os danos já causados ao SNC em desenvolvimento.
            Já em adultos o hipertireoidismo (grande produção e secreção de hormônios tireoideanos) leva a hiperexcitabilidade, irritação, insônia e respostas exageradas às situações diárias do convívio social. E quanto ao hipotireoidismo (baixa quantidade de hormônios tireoideanos) há sinais de sono, prejuízo na memória, falta de energia, fala lenta e capacidade sensorial diminuída.
            Para resumir todas estas informações a figura a seguir mostra um gráfico, e depois dela faremos uma breve análise a respoeito das informações que ela possui.


A figura acima mostra uma serie de curvas sobre idade mental, crescimento ósseo e altura em crianças que começaram a tratar o hipotireoidismo, alem de uma reta padrão que mostra o crescimento de uma criança normal.
Logo na primeira análise é possível perceber que todas as curvas estão sempre bem abaixo do esperado numa criança sem hipotireoidismo. Mas a que mais impressiona é a curva da idade mental, que como dita anteriormente, é um tpo de lesão irreversível. Nesta curva é possível identificar que a criança mesmo depois de três anos de tratamento não conseguiu progredir muito na idade mental, e que esta ficou parada numa faixa correspondente a 1 ano de idade. O mesmo vale para as curvas de altura e desenvolvimento ósseo, no entanto nestas duas curvas é possível perceber que após alguns anos de tratamento os resultados são bem mais favoráveis quando comparados à curva de idade mental.


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