Olá caros leitores, hoje divulgaremos a resposta de mais um grupo de colégas que nos questionou a respeito de hormonios tireoidianos. Esta pergunta é muito interessante pois é muito ligada ao hipotireoidismo e portanto será também um post sobre doenças, neste caso abordando a deficiencia de hormonios tireoidianos (hipotireoidismo) e os seus efeitos mais severos, neste caso o coma mixidematoso.
Esta pergunta foi feita pelo grupo de Doenças Autoimunes - Aline Carvalho, José Ribamar, Rafael Ramos e Matheus Moreira.: "Explique detalhadamente o coma
mixidematoso na doença de Hashimoto. Explique o tratamento
também."
Resposta:
O coma mixedematoso é uma doença
incomum e associada a quadros de hipotireoidismo longos e não tratados. Este
quadro prolongado de falta de hormônios tireoideanos, o que leva a disfunções
metabólicas e cardíacas, e em muitos casos à morte. Estas alterações afetam a
circulação sanguínea, em detrimento da manutenção da temperatura corpórea, os
receptores beta e alfa adrenérgicos ficam reduzidos e levam posteriormente a um
quadro de hipertensão diastólica causando diminuição do volume sanguíneo,
afetando todos os sistemas do corpo.
Os
efeitos neurológicos são coma, alterações cognitivas, letargia e estupor, que
estariam associados à falta de oxigenação cerebral, glicose, e hormônios tireoidianos
– que tem muita importância no desenvolvimento e na função cerebral. Os efeitos cardiovasculares são bradicardia,
diminuição da contração cardíaca e queda das proteínas contráteis devido à
falta de T3. Estes sinais acarretam em aumento da resistência vascular
periférica (RVP) e Insuficiencia
Cardíaca (ICC). Sendo assim, é possível identificar alterações pulmonares
como diminuição do controle ventilatório e hipóxemia.
Além
do comprometimento destas funções pode haver o comprometimento renal associado
à deficiência cardíaca, diminuindo assim a filtração glomerular, e portanto a
recuperação de íons e outras substancias importantes para o funcionamento
normal do corpo, levando o individuo à hiponatremia e quadros de contrações
reduzidas. Por fim, há também quadros de alterações gastrointestinais,
refletindo principalmente na motilidade do intestino, má absorção de
nutrientes.
Quanto
ao tratamento é preconizado que este
seja iniciado mesmo sem a confirmação laboratoria, caso haja Coma Mixedematoso,
sendo assim, se houver alterações pulmonares estas deverão ser priorizadas,
além da reposição hormonal , controle da temperatura corporal e da patologia
associada. Além da reposição hormonal, que varia conforme o quadro do
paciente, e tratamento com esteroides
também conforme o quadro do paciente.