sexta-feira, 1 de março de 2013

Esteatose Hepática e Metabolismo da Tireóide

Os hormonios tireoideanos e suas participações no metabolismo já são um assunto bem falado em textos anteriores, no entanto existem correlações de doenças que podem levar ao aparecimento de doenças da tireóide associadas, e a esteatose hepática - acumulo de gordura no fígado - é uma delas.

Esteatose hepática não alcoolica é uma doença causada por acumulo de gordura no fígado, e isto pode acontecer por vários motivos, mas um deles é a má alimentação. Uma dieta que possui muita gordura e açucares leva a um acumulo excessivo de gorduras no corpo, e em um estado crônico isto pode acarretar em acumulo de gordura no fígado. Em linahs gerais, este acumulo pode ser tão grande dentro do hepatócito que sua estrutura morfológica pode ser comprometida afetando as funçoes da célula. E quando este quadro continua se agravando as células passam a perder suas funções.



O grande problema da perda da função hepática quando se trata de tireóide é que é o fígado que produz as proteínas que carregam os hormonios da tireóide, e sem elas não há transporte destes hormonios e a pessoa pode desenvolver síndrome eutireoidea, que é caracterizada por diminuição dos  níveis séricos de T3, níveis séricos normais ou diminuídos de tiroxina (T4), sem concomitante aumento nos níveis de TSH. Há inibição da conversão periférica de T4 para T3, baixos níveis de T3 e T4 livres, com aumento concomitante do T3r, o metabólito inativo. e assim desencadeando um quadro de não ação dos hormonios tireoideanos.

REFERÊNCIAS
  • http://www.eventospr.com.br/Workshop-II/Palestras/050507-14h30-MarioReis.pdf
  • Ho WM, Wang YS, Tsou CT et al. — Thyroid function during isoflurane anesthesia and valvular heart surgery. J Cardiothorac Anesth 1989;3:550-557.
  • Holland FW 2nd, Brown PS Jr, Clark RE — Acute severe postischemic
    myocardial depression reversed by triiodothyronine.
    Ann Thorac Surg, 1992;54:301-305.
  • Holland FW 2nd, Brown PS Jr, Weintraub BD — Cardiopulmonary
    bypass and thyroid function: a “euthyroid sick syndrome”. Ann
    Thorac Surg, 1991;52:46-50.
  • Goodman, M. H., (2002). Basic Medical Endocrinology.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Respondendo às questões - Parte 2 e Hipotireoidismo



Olá caros leitores, hoje divulgaremos a resposta de mais um grupo de colégas que nos questionou a respeito de hormonios tireoidianos. Esta pergunta é muito interessante pois é muito ligada ao hipotireoidismo e portanto será também um post sobre doenças, neste caso abordando a deficiencia de hormonios tireoidianos (hipotireoidismo) e os seus efeitos mais severos, neste caso o coma mixidematoso.
Esta pergunta foi feita pelo grupo de Doenças Autoimunes - Aline Carvalho, José Ribamar, Rafael Ramos e Matheus Moreira.: "Explique detalhadamente o coma mixidematoso na doença de Hashimoto. Explique o tratamento também."

Resposta:                
O coma mixedematoso é uma doença incomum e associada a quadros de hipotireoidismo longos e não tratados. Este quadro prolongado de falta de hormônios tireoideanos, o que leva a disfunções metabólicas e cardíacas, e em muitos casos à morte. Estas alterações afetam a circulação sanguínea, em detrimento da manutenção da temperatura corpórea, os receptores beta e alfa adrenérgicos ficam reduzidos e levam posteriormente a um quadro de hipertensão diastólica causando diminuição do volume sanguíneo, afetando todos os sistemas do corpo.
                Os efeitos neurológicos são coma, alterações cognitivas, letargia e estupor, que estariam associados à falta de oxigenação cerebral, glicose, e hormônios tireoidianos – que tem muita importância no desenvolvimento e na função cerebral.  Os efeitos cardiovasculares são bradicardia, diminuição da contração cardíaca e queda das proteínas contráteis devido à falta de T3. Estes sinais acarretam em aumento da resistência vascular periférica (RVP) e Insuficiencia Cardíaca (ICC). Sendo assim, é possível identificar alterações pulmonares como diminuição do controle ventilatório e hipóxemia.
                Além do comprometimento destas funções pode haver o comprometimento renal associado à deficiência cardíaca, diminuindo assim a filtração glomerular, e portanto a recuperação de íons e outras substancias importantes para o funcionamento normal do corpo, levando o individuo à hiponatremia e quadros de contrações reduzidas. Por fim, há também quadros de alterações gastrointestinais, refletindo principalmente na motilidade do intestino, má absorção de nutrientes.
                Quanto ao tratamento é preconizado que este seja iniciado mesmo sem a confirmação laboratoria, caso haja Coma Mixedematoso, sendo assim, se houver alterações pulmonares estas deverão ser priorizadas, além da reposição hormonal , controle da temperatura corporal e da patologia associada. Além da reposição hormonal, que varia conforme o quadro do paciente,  e tratamento com esteroides também conforme o quadro do paciente.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Respondendo às questões - Parte 1

Olá caros leitores, alguns colegas fizeram-nos perguntas no Blog de Biobio Então responderemos a duas delas neste post.

A primeira foi feita pelo grupo de Low Carb -  Aislan Felipe, Asheley Francimar e Daniel Figueirêdo.: Qual o motivo da aplicação recorrente, em deficiências hormonais tireoidianas, da aplicação do hormônio T4 sintético, considerando que este é precursor do T3, em detrimento da administração de tiroxina diretamente, isto é, a necessidade do corpo de T3 é suprida por T4. Por quê?

Resposta:
Pois bem, tendo em vista que uma pessoa que não possui a glândula tireoide secretando nenhum de seus hormônios fica obvia a necessidade de repô-los, sendo assim, é comum pensar em administrar T3 e T4 na corrente sanguínea do individuo, já que este não produz hormônio por conta própria. No entanto o T4 se transforma quase que totalmente em T3 na corrente sanguínea e, portanto, a aplicação de T4 levará o paciente a ter os dois hormônios na corrente sanguínea, e prontos para atingir as células alvo. Quanto ao fato da administração de hormônio sintético, este é utilizado porque não há produção de hormônio natural no corpo do indivíduo, logo é necessária a produção farmacêutica de um composto que funcione da mesma maneira que o T4.
  
A segunda pergunta foi feita pelo grupo de Neurotransmissores - João Pedro, Marília Kakumoto e João Gabriel.: Em alguns países, o uso de corticoides é bem restrito e às vezes até mesmo proibido, sendo utilizados apenas em casos extremos da medicina. Se é um anti-inflamatório potente e poderia ser usado com mais frequência em casos clínicos, por que ele é restringido? Quis são os males e as vias bioquímicas envolvidas?

Resposta:
A resposta para essa pergunta está sobretudo no post "Uso de corticóides como medicamento", que fala das doenças cujo tratamento pode envolver o uso desses hormônios e os efeitos colaterais de seu uso. O post sobre os efeitos adversos do cortisol também ajuda a compreender esses motivos.
Como foi dito lá, os feitos do uso excessivo de corticóides são muito diversos, e envolvem glaucoma, aumento de glicemia(com possível conseqüência de diabetes tipo 2), ganho de peso, maior tendência a osteoporose, entre outros. Além disso, o uso de corticóides por tempo prolongado pode gerar uma “acomodação” do organismo, que passaria a produzir menos corticóides e se tornar dependende do medicamento para que os efeitos causados pelo baixo nível desse hormônio da adrenal não aconteçam(para ver esses possíveis efeitos, vejam os posts sobre baixa produção de aldosterona e doença de Addison).
A partir disso, pode-se perceber que, embora o tratamento utilizando corticóides seja útil em vários casos, seus efeitos colaterais causados pelo mau uso podem ser muito sérios, o que leva algumas pessoas a terem receio quanto ao uso dessa forma de medicamento.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Uso de corticóides como medicamento


Mais uma vez, olá caríssimos leitores! Já vimos diversas anomalias que envolvem os corticóides, e agora é o momento de fazer a seguinte pergunta: Podem os corticóides ser utilizados como medicamento? A resposta é SIM! E esse post tem como objetivo falar um pouco sobre o uso farmacológico de corticóides. É importante lembrar que não se deve utilizar o medicamento por livre e espontânea vontade, mas somente sob indicação médica, e jamais como auto medicação, até porque o uso de medicamentos pode afetar o controle do corpo sobre a produção de corticóides e gerar um desequilíbrio no organismo que, evidentemente, não é desejável.
Os corticóides são utilizados como medicamentos para pacientes que possuem lupus, asma, artrite reumatóide(doença auto-imune caracterizada pela inflamação de articulações), algumas alergias(devido a seus efeitos antiinflamatórios) e ainda outras condições patológicas. Naturalmente, os corticóides podem ser utilizados para doenças como a doença de Addison, na qual a glândula adrenal não produz corticóides suficientes para suprir a demanda do organismo.
Existem diversas formas de ingestão de corticóides, a saber:
  1. Oral: Por meio de comprimidos e xaropes. Em geral usados para casos de lupus, artrite reumatóide;
  2. Injetável: Em geral utilizado para casos de inflamação nos tendões(tendinites).
  3. Inalável: Uso de sprays ou pós secos inaláveis. Em geral utilizados para casos de asma e alergias nasais;
  4. Uso na pele: Cremes e pomadas. Em geral utilizados para problemas relacionados com a pele;
  5. Uso oftálmico: Pelos olhos, por meio de colírios.
Como todo medicamento, os corticóides possuem seus efeitos colaterais, o que reforça ainda mais a importância de só serem utilizados sob prescrição médica. Entre eles, podemos citar o aumento da pressão dos olhos(glaucoma), aumento da pressão sanguínea, mudanças no humor(tristeza, irritabilidade e insônia), ganho de peso com maior depósito de gordura no abdome, aumento de glicemia(podendo piorar ou gerar diabetes), tendência a osteoporose, pele fina que sofre danos com maior facilidade. Aqueles que já leram outras postagens que tratam de doenças relacionadas aos corticóides provavelmente perceberam que alguns efeitos colaterais causados pelo uso de corticóides também são sintomas de doenças relacionadas, e é precisamente por isso que a orientação médica é fundamental.
Ok, já entendi. O que é possível fazer para evitar esses indesejados efeitos colaterais? Em primeiro lugar, é importante lembrar novamente que o uso desses medicamentos deve ser feito somente sob prescrição médica. Outras formas de controlar esses efeitos incluem a diminuição das doses ou utilização delas de modo intermitente(um dia sim, outro não, por exemplo), a mudança da forma de utilização dos corticóides(deixar de usar o meio oral para usar o meio inalável, por exemplo) e mudanças em hábitos de vida(alimentares e físicos).
O modo mais adequado para se utilizar os corticóides como medicamento envolve a prescrição médica(“que cara chato, só sabe repetir isso!”), utilização por curto período(para não gerar desequilíbrio no organismo). Lembrando que as doses recomendadas pelo médico não devem ser alteradas(a não ser que o médico peça, naturalmente).
Não há segredo: Os corticóides de fato podem ser medicamentos importantíssimos, se usados de maneira adequada. Espero que essa postagem tenha sido útil aos leitores.
                                                                                 
Bibliografia:
http://hypescience.com/wp-content/uploads/2011/11/remedios1.jpg

Cortisol e seus efeitos adversos


Repetindo o já tradicional: Olá caríssimos leitores! Já lemos sobre a ação do cortisol no corpo humano nesse blog... Mas quais são os efeitos no caso da manutenção de um elevado nível de cortisol para o organismo? Não é bom que os níveis do cortisol sejam constantemente altos, e trataremos de algumas conseqüências que ocorrerão no organismo caso os níveis de cortisol estejam continuamente elevados.
O cortisol é conhecido como o hormônio do estresse
O cortisol é conhecido por ser o hormônio do estresse, e de fato ele é secretado em maior quantidade nessa situação, e é fundamental que isso ocorra por causa de sua ação no organismo humano, que também já foi explicada neste blog. Contudo, caso o estresse se torne parte do cotidiano e, por isso, não haja a redução dos níveis de cortisol, há conseqüências prejudiciais à saúde.
Uma dessas conseqüências é o aumento da pressão arterial devido ao aumento da glicemia estimulado por esse corticóide. O aumento da glicemia gera, por conseqüência, a migração de água para o sangue, aumentando o volume sanguíneo e, consequentemente, a pressão arterial.
Além disso, há diminuição da resistência imune do organismo, uma vez que o cortisol tem ação imunosupressora, fazendo com que as doenças se manifestem mais claramente em organismos nos quais esse hormônio está em quantidades elevadas.
Não obstante, o cortisol também gera a quebra de proteínas musculares para que a gliconeogênese ocorra com mais eficiência. A conseqüência lógica da quebra de proteínas musculares é a diminuição da massa muscular.
Ao ler a postagem do Torres sobre os efeitos do cortisol(já linkado acima), alguns leitores podem ter pensado que o cortisol auxilia no emagrecimento, já que ele induz a lipólise. Contudo, é justamente o contrário. Embora a lipólise esteja estimulada, o organismo interpreta a situação de estresse como uma situação de necessidade de armazenamento de energia, e, portanto, qualquer oportunidade que apareça na qual seja possível armazenar gordura(fonte energética) será aproveitada. Como nós costumamos continuar nos alimentando regularmente durante os períodos de estresse, a grande diferença é que o organismo dará grande prioridade ao armazenamento do alimento em forma de gordura por causa da ação do hormônio. Assim sendo, embora o cortisol estimule a lipólise, ele também estimulará, após a alimentação, o armazenamento de gordura.
Outro efeito observado é similar ao efeito da diabetes tipo 2. Essa doença é causada pela falta de receptores de glicose devido a destruição deles ao longo do tempo, o que prejudica a entrada de glicose na célula. Da mesma forma, o cortisol estimula o aumento de glicose liberada na corrente sanguínea, e a glicemia constantemente elevada pode gerar a destruição dos receptores de glicose e, consequentemente, o efeito se torna parecido com o efeito causado pela diabetes tipo 2.
Ou seja, o excesso de cortisol tem os seguintes efeitos:
1.      Aumento da pressão arterial
2.      Supressão do sistema imune
3.      Diminuição de massa muscular
4.      Aumento de reserva de lipídios
5.      Efeito similar ao da diabetes tipo 2

Bibliografia:
http://corposuplemento.com.br/blog/wp-content/uploads/2012/12/corpo-e-suplemento-cortisol2.jpg

Incidentaloma Adrenal


Mais uma vez, olá caríssimos leitores! Nessa postagem falaremos da incidentaloma adrenal, que é um tumor com diâmetro maior de 1 centímetro presente na glândula adrenal que, em geral, é descoberto por meio de algum exame de rotina e na ausência de sintomas que sugerem alguma doença nessa glândula.
A maioria desses tumores encontrados acabam sendo não-funcionantes(85%). Apenas 9,2% dos casos são tumores secretores de cortisol, 4,2% eram feocromocitomas e 1,6% eram aldosteronomas, segundo os dados do livro citado na bibliografia.
Depois de descoberto o tumor, é importante descobrir se ele é um secretor de hormônio ou não, e o teste de urina é utilizado para isso. Além disso, é importante descobrir se o tumor é benigno ou maligno para definir qual tratamento será utilizado. Para fazê-lo, imagens obtidas, por exemplo, por meio da tomografia são utilizadas.
Os tumores benignos têm como características gerais o tamanho menor que 4 centímetros, com margens redondas e lisas. Já os tumores malignos costumam ser maiores que 4 centímetros e suas margens são irregulares.
Na maioria dos casos, tumores com diâmetro maior que 4 centímetros são extraídos cirurgicamente, inclusive aqueles que não são secretores. Os tumores menores de 4 centímetros que secretam hormônios devem usualmente são retirados por meio de cirurgia.
No tratamento que não envolve a cirurgia, utiliza-se a farmacoterapia juntamente de uma mudança no estilo de vida do paciente para evitar complicações devido ao tumor.
            Os pacientes que possuem tumores não-funcionantes menores de 4 centímetros não retiram o tumor, mas devem ser seguidos com a tomografia computadorizada a cada 3 meses e um ano(alternados), e, não havendo alteração, há diminuição da freqüência de consultas.
            Se o tumor apresentar crescimento de mais de um centímetro(apenas 5% dos casos) durante esse período no qual estão sendo avaliados por meio da tomografia computadorizada o tumor deve ser removido cirurgicamente.
            A avaliação hormonal periódica também é recomendável aos pacientes com esse tumor, uma vez que em 4% dos casos outras anomalias hormonais podem ser desenvolvidas. Embora 4% pareça um número pequeno, variações hormonais podem gerar doenças gravíssimas e até levar à morte. Ou seja, realmente a grande maioria dos casos não apresenta outras variações hormonais, mas aqueles que apresentam podem ter complicações caso não sejam diagnosticados e tratados, o que justifica esse acompanhamento do paciente.
Bibliografia:
·        Endocrinologia, Ernest L. Mazzaferri. Editora Guanabara, terceira edição

Síndrome de Cushing


Olá mais uma vez, caros leitores! Trataremos hoje da Síndrome de Cushing, que diz respeito às consequências causadas pelo excesso de corticóides(hipercortisolismo).
A causa da Síndrome é diversificada, desde causas exógenas até endógenas dependentes ou independentes de ACTH. Os tumores hipofisários que secretam o ACTH são responsáveis por 5% a 10% de todos os casos da síndrome(nesse caso, dependente de ACTH), mas sua causa mais freqüente é uma hiperplasia bilateral das supra-renais(nesse segundo caso, independente de ACTH).
Suas manifestações clínicas mais comuns são hipertensão, obesidade central, diabetes melito, acne, osteoporose, lesões cutâneas, atrofia muscular generalizada com perda de gordura nas extremidades, face arredondada e até mesmo algumas manifestações psiquiátricas(depressão e problemas na função cognitiva). Além disso, é comum que os pacientes que possuem a Síndrome de Cushing tenham os membros esticados(longos e magros) como consequência do aumento da quebra das fibras musculares. As lesões cutâneas, citadas anteriormente, também ocorrem com mais freqüência devido ao uso excessivo de proteínas, o que fragiliza a pele. Esse efeito relacionado às proteínas ocorre porque os glicocorticóides são inibidores da síntese de proteínas e estimuladores da quebra de proteínas musculares e tecido linfóide.
Estrias(no abdome), obesidade central e face arredondada também podem ser observadas nessa imagem
O método de diagnóstico mais confiável para a Síndrome de Cushing é a medida de cortisol livre na urina de 24 horas, sendo o valor acima de três vezes da quantidade normal considerado como indicativo da doença. Outra forma é a avaliação da perda do ritmo circadiano do cortisol, e isso é feito por meio da observação de alto nível plasmático de cortisol entre 22 horas e meia noite, horários no qual esse nível deveria estar baixo.
Devido à diversidade de causas, depois de diagnosticada a doença é necessário fazer outros testes para designar a causa no paciente em específico. Para isso, pode-se utilizar a medida de ACTH plasmática(para definir se a síndrome é dependente ou independente de ACTH) ou o teste de supressão com alta taxa de dexametasona, e até mesmo teste com imagem radiológica para localizar possíveis tumores ou hiperplasia responsáveis pela alta taxa de corticóides livres.
Da mesma forma que o diagnóstico, a diversidade de causas faz com que os tratamentos sejam diversos. A cirurgia, no caso de Síndrome de Cushing causada por superprodução de ACTH hipofisário, pode ser utilizada, mas frequentemente os pacientes envolvidos na interferência cirúrgica necessitam de reposição de glicocorticóides por até um ano. A intervenção cirúrgica também é feita em casos em que a doença é causada por adenoma adrenal inclui a remoção cirúrgica dele. Nos casos de hiperplasia, a remoção cirúrgica de uma das glândulas pode ser feita.
O tratamento clínico pode ser utilizado no pré-operatório ou em pacientes nos quais a cirurgia é contra indicada, sendo os medicamentos utilizados bastante diversificados.

Bibliografia:
Endocrinologia, Ernest L. Mazzaferri. Editora Guanabara, terceira edição
Endocrinologia Baseada em Evidências, Pauline M. Camacho, Hossein Gharib, Glen W. Sizemore. Editora Artmed, segunda edição.
Basic Medical Endocrinology, H. Maurice Goodman. Editora AP, Third Edition.